Eriberto se sentiu um próton. Há pessoas que se sentem faraós do Egito, outras um grande mercador da Pérsia antiga. Algumas não vão tão longe. O filho do meu porteiro quando joga futebol se acha o Ronaldinho Gaúcho. Conheço uma senhora que, ao cantar, pensa ser Edith Piaf. Se errar a letra, desculpa-se em francês, pardon. E emenda dois pigarros. A filha, sempre de nariz em pé, aposta que é a encarnação de Cleópatra no calçadão de Ipanema.
Eriberto, não. Da última vez que entrou no metrô do Rio, sentiu-se um próton. A esposa descobriu e ralhou: – Que ambição na vida pode ter um próton? A conta de luz está atrasada, cortaram o telefone ontem e você ainda me vem com essa? Eu me sinto uma palhaça.
Esposa palhaça, Eriberto próton. A sogra foi ter com ele uma conversa: – Nessas condições anormais de temperatura e pressão, ou você se sente, no mínimo, um gás nobre, ou separa da minha filha. Eu já não tenho mais estrutura física e emocional para suportar uma situação dessas! Onde já se viu homem pensar tão pequeno!? Não me faça de mosca morta!
Eriberto próton, esposa palhaça, sogra mosca morta. De nada adiantou. Era próton pelo mesmo motivo que azul não é verde e caneta não é lápis. Quando ele chegou outra vez de manhã cedo à estação do Largo da Carioca, foi cuspido do metrô lotado para nunca mais ser visto.
Sob efeitos de um porre de globalização, tomado no dia anterior, sofrera as ações do gigantesco acelerador de partículas construído na fronteira entre Suíça e França. O engenhoso invento, que movimenta prótons em alta velocidade e estabelece as conjunturas de um big bang em menores proporções, levou o rapaz para outra galáxia - só quem já esteve na estação do Largo da Carioca sabe. E Eriberto se perdeu para sempre no universo que ele mesmo criou.
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Janelas francesas
O que está acontecendo nas janelas de Paris? O leitor João Carlos Aranha enviou um site que permite espiar e descobrir o que ocorre por lá. Acesse em http://www.hyper-photo.com/grandes/paris.html.
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A foto do post anterior é um registro das janelas do Edifício Avenida Central, tradicional prédio localizado no Largo da Carioca, no centro do Rio de Janeiro.
Eriberto, não. Da última vez que entrou no metrô do Rio, sentiu-se um próton. A esposa descobriu e ralhou: – Que ambição na vida pode ter um próton? A conta de luz está atrasada, cortaram o telefone ontem e você ainda me vem com essa? Eu me sinto uma palhaça.
Esposa palhaça, Eriberto próton. A sogra foi ter com ele uma conversa: – Nessas condições anormais de temperatura e pressão, ou você se sente, no mínimo, um gás nobre, ou separa da minha filha. Eu já não tenho mais estrutura física e emocional para suportar uma situação dessas! Onde já se viu homem pensar tão pequeno!? Não me faça de mosca morta!
Eriberto próton, esposa palhaça, sogra mosca morta. De nada adiantou. Era próton pelo mesmo motivo que azul não é verde e caneta não é lápis. Quando ele chegou outra vez de manhã cedo à estação do Largo da Carioca, foi cuspido do metrô lotado para nunca mais ser visto.
Sob efeitos de um porre de globalização, tomado no dia anterior, sofrera as ações do gigantesco acelerador de partículas construído na fronteira entre Suíça e França. O engenhoso invento, que movimenta prótons em alta velocidade e estabelece as conjunturas de um big bang em menores proporções, levou o rapaz para outra galáxia - só quem já esteve na estação do Largo da Carioca sabe. E Eriberto se perdeu para sempre no universo que ele mesmo criou.
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